domingo, 25 de julho de 2010

O Problema da Tripartição do poder político.

A falta de cooperação entre os poderes já é uma velha conhecida nossa; não há auxílio mutuo entre o Executivo, Legislativo e o judiciário, mesmo sendo interdependentes. Situação esta que piora quando nos deparamos com o cenário interno de cada um deles, governo e oposição não trabalham juntos para o benefício do povo, e o que deveria ser um avanço histórico, o pluripartidarismo atrapalha as soluções para tantos dos nossos problemas.

Sustentado pela doutrina liberal a tripartição dos poderes foi um meio de se obter um pouco de igualdade após duros anos absolutistas, sem duvida, uma evolução importante obtida pelo Iluminismo. Mas e quando essas instituições formadoras do estado esquecem-se de defender os interesses do todo e entram em uma guerra particular por domínio, em defesa de seus interesses? O Legislativo não aprova as decisões do executivo, o judiciário de mãos atadas em face de poderosos protegidos pelos outros dois e por mais que boas leis sejam aprovadas, não são postas em prática pelos governantes, há um colapso e os cidadãos pagam muito caro por isso.

Em 1988, surge a nova constituição. Promulgando a legislação eleitoral que permite a existência de múltiplas agremiações políticas em nosso país. Entrando assim na dança política entre governo e oposição, com suas alianças e discursos antagônicos. Mas, ao serem eleitos, por mais que sejam de partidos opostos e ideologias conflitantes, nossos representantes devem unir-se em prol de seu principal interesse: o bem comum. Por mais bela que seja a teoria, não funciona na prática. Estados diminuem a verba para municípios representados pela oposição, em jargão popular “É um tentando puxar o tapete do outro” e quem perde é a população, o único sujeito que é sempre derrotado nessa disputa.

Na mais grave crise enfrentada pele governo Lula, a descoberta do Esquema de compra de votos parlamentares (Mensalão) em 2005, que já existia em outros mandatos presidenciais, mostra o quão frágil se torna o estado quando não há um consenso, quando o interesse pelo povo não é compartilhado pelas forças comandantes. Esse esquema negociava os votos para aprovação de medidas do governo no Senado, que eram aprovadas mediante ao pagamento de grandes somas em dinheiro. A maior prova de que a falta de cooperação do sistema facilita a corrupção.

Não é difícil perceber que no meio disso tudo o que impera são os grandes golpes nos cofres públicos, o roubo explicito à riqueza da nação. Somos prejudicados pelo interesse dos poderosos, por sua falta de preocupação com o bem-estar nacional que ocasiona essa disputa insensata e os mais diversos problemas que enfrentamos diariamente.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Futebol x Política

Há muito tempo se fala da proximidade entre a realização de Copas do Mundo e as Eleições presidenciais no Brasil. A cada 4 anos esses 2 eventos tão distintos e importantes ocorrem quase simultaneamente. Seria interessante imaginar como seria se, por exemplo, a Copa fosse promovida 2 anos antes de um pleito presidencial.

A seleção brasileira hexa campeã mundial de futebol em 2010, e a realização de eleições gerais em 2012. Fim de euforia e ufanismo momentâneo. Por um momento, a população estaria menos sujeita ao orgulho de ter nascido em solo tupiniquim e poderia prestar atenção aos problemas recorrentes do país.

Questões como o novo código florestal, o desenvolvimento de formas renováveis de energia, a distribuição de renda entre a população, a redução da carga tributária, a reforma política, e por aí vai. Tais assuntos podem, sim, ser debatidos entre o povo e refletir no Congresso Nacional. O maior exemplo disso é a aprovação da lei intitulada Ficha Limpa, que muitos consideravam inviável uma aprovação pelos parlamentares. Ainda que esta lei não tenha sido aprovada em sua proposta inicial, ela demonstra o poder de mobilização da sociedade, que pode ser ainda maior.

E assim com este distanciamento temporal (ou até mesmo com discernimento na atual proximidade de eventos), com o perdão do trocadilho, a população brasileira deixaria de marcar seguidos “gols contra” à República e ao bom desenvolvimento nacional.

domingo, 4 de julho de 2010

A felicidade efêmera



Efêmero no dicionário traduz o que é passageiro, fugaz. Mas e a felicidade? Está traduz-se pelo apogeu do individuo, o momento em que sua essência encontra-se no ápice, seus potenciais desenvolvidos de forma plena, e o reconhecimento dos que respeita sobre o que realmente importa em suas metas individuais. Individuais, vamos realmente grifar essa palavra, logo felicidade é um projeto único e individual, não se aplicando necessariamente de forma igual a se aplica a você às pessoas ao seu redor.

Em artigo publicado à Folha de S.Paulo, (10\06\2010), Contardo Calligaris fez referencia a busca da felicidade e o uso da constituição, e a importância do estado democrático como ferramentas para o apogeu pessoal do cidadão. O texto publicado pelo articulista fez-me refletir sobre como a ideologia do estado incide sobre o cidadão ser ou não feliz.

O tema abordado por Calligaris mostra-se pertinente, uma vez que o articulista defende o bem comum, ou seja, a busca pela felicidade de forma individual e independente, sem a invasão de limites individuais. O uso dos direitos sociais previstos na constituição como ferramentas para a busca de uma felicidade que é relativa e pessoal, é a base da teoria mais válida sobre o bem comum.

Em um estado democrático (podendo esta expressão tender ao pleonasmo, já que estado seria a organização política e representação de uma maioria, logo democrático), não há a chamada felicidade “certa”, tal a imposta por governos totalitários, aqui o cidadão é condenado a ser livre, e usar do estado para a busca do que almeja como individuo. Governos totalitários buscam unilateralizar a felicidade, tal a teoria platônica de que só há uma verdade a ser tida como correta, não importando o método a que se recorra para que a alcance, daí o principal conflito: Individuo x Estado em um contexto em que o estado deveria ser um meio de acesso e não o agente conflitante da felicidade , aqui tão efêmera.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Estado do Individuo - O Individuo Estado.

Chega a ser engraçado como a violência no nosso pais é levado como uma coisa normal.
é muito fácil colocar a culpa em cima do traficante,da milícia ou das drogas.
mais o maior culpado disso tudo somos nos mesmos.
quando sofremos violência de algum tipo apenas procuramos mais alguma maneira de nos proteger.
alguns investem em sistemas de segurança, carros blindados segurança particular cercas eletrificadas e etc.
em quanto isso nos fechamos numa "fortaleza segura" dentro de nossas próprias casas, mais não percebemos que estamos apenas nos trancando num prisão particular.

oque não percebemos é que!
a violência gera lucros, se não houvesse violência não precisaríamos de segurança.
como por ex: um cidadão de classe media sofre um assalto em sua casa, qual é a reacção dele ?
cercar sua casa com muros altos armados com poderosas cercas eléctricas e cameras de video para todos os lados.
se tranca num verdadeiro "big brother" particular.
quando um cidadão de classe inferior sofre violência parecida, arruma um cão e compra uma arma.
dai pensamos: e a policia serve de que?
actualmente de nada!
alem de aproveitar da sua autoridade para roubar fardado.
quantos aqui já não foram parados na rua ou em uma blitz e foi extorquido?
e quantas vezes não precisou de socorro e o que conseguiu foi ligar para 190 e ouvir uma musiquinha seguida da mensagem que diz :
"aguarde na linha sua ligação é importante para nós"


ai numa situação dessas que vem a mente de um cidadão ?
se o estado não me protege cabe a mim me proteger.

sendo assim nossa parcela de culpa cai sobre nos mesmos, que pagamos as propinas, que votamos em políticos safados que querem mais que a segurança publica "se foda!"
é engraçado como 92% da população brasileira não se lembra nem em quem votou nas eleições passadas, em quanto isso continuamos pagando impostos absurdos que se convertem em policiais mal treinados que estão nas ruas para nos matar e roubar e não nos proteger.
são numa grande maioria de policiais mal remunerados que estão prontos para arrancar seu salário para suprir a falta no deles.
de quem é a culpa?
dos policiais?
dos governantes?
não!

a culpa é nossa que vota no primeiro que oferece uma campinho de futebol um postinho médico e asfalto na rua do seu bairro.
o pior de tudo é que o povo não percebe ou faz a questão de não perceber que obras de melhoria só são feitas seis messes antes das eleições.
os carros da policia são trocados, e as vezes o armamento do policial é melhorado.(isso quando não é mandado o resto do exercito).
acho uma vergonha passar pelos bairros como laranjeiras no Rio de Janeiro e ver enormes cartazes colados dizendo:
"senhor prefeito a associação de moradores deste bairro decidiu por unanimidade que só retornara a pagar o iptu quando os salários Da policia militar, civil e corpo de bombeiros forem reajustados"
quando o problema ocorre nas zonas pobres do Rio de Janeiro por ex, a reacção que o povo mostra é procurar o programa de um apresentador programa policial de TV perneta que vive falando merda se dizendo do povo
e puxando saco dos policiais influentes corruptos.

o nosso governo brasileiro quer mais é que a população se mate, em quanto isso estão todos em suas casas super seguras e andando para cima a para baixo nos seus belos carros blindados, já que é você quem pagou a segurança particular do seu governante.
ai te pergunto: ele esta seguro, e você?
esta andando pelas ruas de uma cidade a merece de uma bala perdida de um policial incompetente ou até drogado, de um assaltante safado.
quando não tem que se procurar com um deve se preocupar com outro , pois balas não escolhem raça, credo nem classe social.

até quando vamos nos trancar em casa com medo da violência, esconder nossos pertences e nossos valores em bancos com medo do "ladrão" ?
privar nosso filhos de liberdade por causa da tão assustadora violência?

a verdade é que entramos em um caminho em que apenas confiamos nossa segurança a quem esta querendo nos destruir, dando nossas finanças nossos impostos e nossas vidas a quem não quer saber se você vai ser morto em alguma esquina suja, esta mais interessado em encher os caminhoes containers e vagões de dinheiro em quanto isso você espera na sua "fortaleza segura" uma solução para a violência.
no final das contas nós fechamos os olhos para o que acontece nos morros favelas e nas ruas da nossa cidade todos os dias a apenas confiamos nas autoridades e na nossa falha justiça.
o problema nos é apresentado como um monstro de 777 cabeças quando a solução esta em nossas mãos, apenas precisamos prestar mais a atenção no que fazemos com nosso pais em todos os sentidos, não apenas na questão de segurança mais de educação, saúde etc, não podemos confiar a solução de nossos problemas a apenas governantes.
gastamos mais dinheiro construindo novos presídios e estádios de futebol do que em treinamento dos nossos policiais e saúde publica.
o estado nos cria um problema , e nos apresenta a possivel solução, será que a solução sempre vai ser nos alto aprisionar?
ou será que você vai fazer alguma coisa para mudar esse quadro?
ou vai continuar andando pelas ruas com medo olhando torto tudo e todos a sua volta com medo de um possível assaltante, de um estupra dor ou de um safado de farda ?
averdade final é que o povo tem que tomar vergonha na cara!

O século da banalização

Vivemos o século da banalização. O amar se tornou banal, a fé se tornou banal, a música se tornou banal e o conhecimento se mecanizou e também está banalizado, embora nunca tenha sido tão valorizado. Tal paradoxo deve-se à modernização tecnológica. Sob esse aspecto convém analisar a situação da educação no Brasil .É necessário mais do que simples críticas, e sim uma profunda análise do sistema educacional no país e sua trajetória histórica, além das transformações as quais todo participante da sociedade está sujeito.

O processo de transposição das fronteiras, alavancado com o impulso no desenvolvimento dos sistemas de telecomunicação e transportes, principalmente o primeiro, foi o ponto chave para a mecanização do saber, e por conseqüência sua supervalorização e banalização.

O acesso ilimitado a fontes diversas de conhecimento, as quais vão desde a velha boa leitura até sites com entretenimento, cultura e lazer,. Tudo isso fornece ao estudante uma gama de conhecimento vasta. No entanto o que se percebe é a superficialidade no conhecimento , já que falta a devida orientação do como usufruir as informações. Não há mais a necessidade obrigatória do aprofundamento, e muitas vezes o senso comum acaba por vencer, e a simples cópia e alienação do estudante mal orientado, prevalece.

O sistema educacional brasileiro priorizou sempre a quantidade de conhecimento adquirido nas séries do ensino médio. Tal modelo educacional firmado em altas taxas de conteúdos poderiam vir a se tornar inúteis dependendo da carreira optada. Tudo isso privilegiou uma indústria da educação em função da cultura adquirida e sem tardar esquecida pelo estudante após cair em desuso. A admissão do estudante universitário é mera coadjuvante no processo falho, que traz como elementos participativos uma bola de neve formada por medidas paliativas, ao invés da reforma educacional necessária.

Fato curioso é observar as entrelinhas de certos materiais tomados como leitura obrigatória a um Pré-vestibulando e as tomo a seguir como citação ao final desde artigo. Ler Machado de Assis deveria fazer parte da formação intelectual buscada pelo próprio aluno com orientação e não imposição por parte do falho sistema.

“Cheguei a pegar em livros velhos, livros mortos, livros enterrados, a abri-los, a compará-los, catando o texto e o sentido, para achar a origem comum do oráculo pagão e do pensamento israelita. Catei os próprios vermes dos livros, para que me dissessem o que havia nos textos roídos por eles.

- Meu senhor – respondeu-me um longo verme gordo. - Nós não sabemos absolutamente nada dos textos que roemos, nem escolhemos o que roemos, nem amamos ou detestamos o que roemos: Nós roemos.

Não lhe arranquei mais nada. Os outros todos, como se houvessem passado palavra, repetiam a mesma cantilena. Talvez esse discreto silêncio sobre os textos roídos, fosse ainda um modo de roer o roído. ”