domingo, 27 de novembro de 2011

Midiocracia

 

Ultimamente tenho notado um grande apoio da mídia a movimentos sociais, ambientais, e até mesmo medidas governamentais. Não podemos esquecer que no Brasil, e creio, no mundo, os meios de comunicação são indiscriminadamente usados para formar a opinião que os poderosos desejam do povo.
Agora, atores da Rede Globo fazem um movimento contra a construção da Usina Hidroelétrica de Belo Monte, que, a meu ver seria um grande passo rumo ao desenvolvimento do nosso país, com o potencial de energia alargado e conseqüentemente o potencial industrial. Peças publicitárias caem em cima de nossas cabeças, os fatos não são apresentados, apenas as opiniões de uns poucos, que ainda sim, parecem opiniões ensaiadas e manipuladas.
Outro caso claro de apoio da mídia por uma fatia do lucro são as UPP’s da cidade do Rio de Janeiro. Sabemos que nos Jogos olímpicos e na Copa do mundo de futebol, a maior fatia do lucro vai para as empresas de comunicação, que só tem mostrado o lado bom dessa medida de segurança. Mas, foram sim cometidos abusos dos policiais, pessoas foram presas sem se quer ser culpadas de algum crime. Mais uma vez os fatos foram manipulados.
Todos têm direito de formar nossas opiniões, mas conhecer os acontecimentos reais é uma tarefa muito difícil. Todos os meios de comunicação estão comprometidos com os interesses de alguma entidade em particular, com seus próprios lucros, sem a mínima preocupação com as provas, os fatos, os atos de cada um dos envolvidos.
Nossa democracia está comprometida, a grande população perdeu o direito de expressar suas vontades e pensamentos, com jogo de câmeras em manifestos e “Celebridades” dizendo o que você deve pensar, Não vou expor os argumentos positivos quanto a Hidroelétrica porque eu não serei uma formadora de opinião, só quero que a mídia, ou alguns atore que nunca demonstram consciência social sem lucro, também não sejam.

sábado, 1 de outubro de 2011

Por um Estado verdadeiramente Laico

Em primeiro lugar, quero dizer que não sou contra religião, de maneira alguma, sou até bem religiosa na verdade, por tanto não quero que esse texto seja julgado como um manifesto ateísta, mas sim, como alguém que tenta apelar para o bom senso, tanto do Estado quanto da sociedade, e principalmente da secretaria de educação do município do Rio de Janeiro.

Numa ação que contrariou o parecer do Conselho de Educação, a Prefeitura Carioca instituiu a disciplina de ensino religioso em suas escolas do ciclo fundamental, a instituição do ensino religioso gerará um gasto de aproximadamente R$ 15,7 milhões por ano ao município a partir de 2013, com a contratação de 600 professores. Segundo o projeto, os professores serão escolhidos por concurso publico e deverão ser "credenciados pela autoridade religiosa competente, que exigirá deles formação religiosa obtida em instituição por ela mantida ou reconhecida". Então eu me pergunto: Qual é a autoridade religiosa competente? Poucas são as religiões estruturadas tão hierarquicamente, em suma está o cristianismo.

É inevitável reconhecer que o Brasil é um país de maioria cristã, mas não é uma totalidade. Nossa constituição, contraditória quanto a Laicidade do Estado dês de sua súmula, que invoca “Deus” numa referencia clara ao deus cristão, ainda sim garante o direito de liberdade de culto e por mais que a secretaria de educação do Rio de Janeiro tente garantir que será dada uma visão ampla do tema, sabemos que esta se restringirá apenas a não criar debates entre as vertentes do cristianismo. O Estado, sendo laico, não pode em suas escolas ministrar qualquer religião, os prédios estatais não podem conter símbolos religiosos, diferente do que de fato acontece.

O projeto em questão foi enviado pela câmara de vereadores pelo prefeito Eduardo Paes, cristão, com base no art. 210 da Constituição Federal que institui o Ensino Religioso como matéria do Ciclo fundamental, com o perdão da contradição, usando a constituição para ser inconstitucional. O que mais indigna nessa história é que a moral cristã é a única moral do Estado brasileiro. Os candidatos religiosos usam sua religião não apenas para se eleger, mas para governar, sem respeito algum às minorias, que nossa Constituição também toma por principio proteger.

O Estado Verdadeiramente Laico não é um estado governado por ateus. É apenas um estado governado por uma democracia, com bom senso. A maioria não deve decidir a seu favor apenas, o Estado deve proteger o individuo, e por mais que o projeto referido coloque a disciplina como facultativa, não impede de gerar constrangimento e preconceito religioso.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Sobre audiência e cidadania

Num país que se intitula livre, democrático, adepto do capitalismo, é natural e salutar a competição entre empresas privadas. Elas têm o direito de buscar a liderança do mercado no qual atuam. Nas operações destas empresas, há um conjunto de preceitos que devem ser atendidos para evitar um monopólio a tal ponto que prejudique o consumidor. Seria interessante se este mesmo cuidado para com a sociedade, orientasse a disputa das emissoras de TV pela audiência. Como dito anteriormente, estas empresas de comunicação têm o direito de competir entre si. Porém, tal busca deve ter um limite: a cidadania.

É direito de cada indivíduo que habita um país livre, o exercício da cidadania. Para Dalmo Dallari, em Direitos Humanos e Cidadania: “A cidadania expressa um conjunto de direitos que dá à pessoa a possibilidade de participar ativamente da vida e do governo de seu povo. Quem não tem cidadania está marginalizado ou excluído da vida social e da tomada de decisões, ficando numa posição de inferioridade dentro do grupo social”. Esta análise acadêmica sobre a cidadania faz-se necessária para compreender sua importância frente à disputa por audiência das emissoras de TV, que, no momento, contribui para o desinteresse e alienação de parte da sociedade com relação à eleição presidencial.

É verdade que parte da falta de interesse tem origem cultural, mas é dever dos meios de comunicação atender ao seguinte princípio, como está na Constituição Federal de 1988: “Art. 221. A produção e a programação das emissoras de rádio e televisão atenderão aos seguintes princípios: I - preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas; (...)”.

Sendo assim, após lembrar da natural disputa por audiência entre as emissoras de TV, da importância da cidadania, do desinteresse pela eleição presidencial e do dever dos meios de comunicação, constitui-se a necessidade de criar algum tipo de mecanismo na programação das emissoras de TV para que debates televisivos em torno do próximo presidente da República não sejam relegados por causa da disputa por audiência.

Oferecer a possibilidade para a sociedade debater os rumos de um país vai além de divulgar números de uma pesquisa de intenção de votos. Trata-se de transmitir um debate com ideias e ideais entre postulantes ao mais importante cargo nacional, e tal questão é mais relevante que a disputa trivial por audiência.

OBS: o debate entre os presidenciáveis transmitido na noite do dia 05/08 foi pouco assistido pela sociedade, segundo o site http://www1.folha.uol.com.br/poder/778904-audiencia-de-debate-entre-presidenciaveis-na-band-decepciona-globo-vence-com-futebol.shtml

domingo, 25 de julho de 2010

O Problema da Tripartição do poder político.

A falta de cooperação entre os poderes já é uma velha conhecida nossa; não há auxílio mutuo entre o Executivo, Legislativo e o judiciário, mesmo sendo interdependentes. Situação esta que piora quando nos deparamos com o cenário interno de cada um deles, governo e oposição não trabalham juntos para o benefício do povo, e o que deveria ser um avanço histórico, o pluripartidarismo atrapalha as soluções para tantos dos nossos problemas.

Sustentado pela doutrina liberal a tripartição dos poderes foi um meio de se obter um pouco de igualdade após duros anos absolutistas, sem duvida, uma evolução importante obtida pelo Iluminismo. Mas e quando essas instituições formadoras do estado esquecem-se de defender os interesses do todo e entram em uma guerra particular por domínio, em defesa de seus interesses? O Legislativo não aprova as decisões do executivo, o judiciário de mãos atadas em face de poderosos protegidos pelos outros dois e por mais que boas leis sejam aprovadas, não são postas em prática pelos governantes, há um colapso e os cidadãos pagam muito caro por isso.

Em 1988, surge a nova constituição. Promulgando a legislação eleitoral que permite a existência de múltiplas agremiações políticas em nosso país. Entrando assim na dança política entre governo e oposição, com suas alianças e discursos antagônicos. Mas, ao serem eleitos, por mais que sejam de partidos opostos e ideologias conflitantes, nossos representantes devem unir-se em prol de seu principal interesse: o bem comum. Por mais bela que seja a teoria, não funciona na prática. Estados diminuem a verba para municípios representados pela oposição, em jargão popular “É um tentando puxar o tapete do outro” e quem perde é a população, o único sujeito que é sempre derrotado nessa disputa.

Na mais grave crise enfrentada pele governo Lula, a descoberta do Esquema de compra de votos parlamentares (Mensalão) em 2005, que já existia em outros mandatos presidenciais, mostra o quão frágil se torna o estado quando não há um consenso, quando o interesse pelo povo não é compartilhado pelas forças comandantes. Esse esquema negociava os votos para aprovação de medidas do governo no Senado, que eram aprovadas mediante ao pagamento de grandes somas em dinheiro. A maior prova de que a falta de cooperação do sistema facilita a corrupção.

Não é difícil perceber que no meio disso tudo o que impera são os grandes golpes nos cofres públicos, o roubo explicito à riqueza da nação. Somos prejudicados pelo interesse dos poderosos, por sua falta de preocupação com o bem-estar nacional que ocasiona essa disputa insensata e os mais diversos problemas que enfrentamos diariamente.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Futebol x Política

Há muito tempo se fala da proximidade entre a realização de Copas do Mundo e as Eleições presidenciais no Brasil. A cada 4 anos esses 2 eventos tão distintos e importantes ocorrem quase simultaneamente. Seria interessante imaginar como seria se, por exemplo, a Copa fosse promovida 2 anos antes de um pleito presidencial.

A seleção brasileira hexa campeã mundial de futebol em 2010, e a realização de eleições gerais em 2012. Fim de euforia e ufanismo momentâneo. Por um momento, a população estaria menos sujeita ao orgulho de ter nascido em solo tupiniquim e poderia prestar atenção aos problemas recorrentes do país.

Questões como o novo código florestal, o desenvolvimento de formas renováveis de energia, a distribuição de renda entre a população, a redução da carga tributária, a reforma política, e por aí vai. Tais assuntos podem, sim, ser debatidos entre o povo e refletir no Congresso Nacional. O maior exemplo disso é a aprovação da lei intitulada Ficha Limpa, que muitos consideravam inviável uma aprovação pelos parlamentares. Ainda que esta lei não tenha sido aprovada em sua proposta inicial, ela demonstra o poder de mobilização da sociedade, que pode ser ainda maior.

E assim com este distanciamento temporal (ou até mesmo com discernimento na atual proximidade de eventos), com o perdão do trocadilho, a população brasileira deixaria de marcar seguidos “gols contra” à República e ao bom desenvolvimento nacional.