domingo, 4 de julho de 2010

A felicidade efêmera



Efêmero no dicionário traduz o que é passageiro, fugaz. Mas e a felicidade? Está traduz-se pelo apogeu do individuo, o momento em que sua essência encontra-se no ápice, seus potenciais desenvolvidos de forma plena, e o reconhecimento dos que respeita sobre o que realmente importa em suas metas individuais. Individuais, vamos realmente grifar essa palavra, logo felicidade é um projeto único e individual, não se aplicando necessariamente de forma igual a se aplica a você às pessoas ao seu redor.

Em artigo publicado à Folha de S.Paulo, (10\06\2010), Contardo Calligaris fez referencia a busca da felicidade e o uso da constituição, e a importância do estado democrático como ferramentas para o apogeu pessoal do cidadão. O texto publicado pelo articulista fez-me refletir sobre como a ideologia do estado incide sobre o cidadão ser ou não feliz.

O tema abordado por Calligaris mostra-se pertinente, uma vez que o articulista defende o bem comum, ou seja, a busca pela felicidade de forma individual e independente, sem a invasão de limites individuais. O uso dos direitos sociais previstos na constituição como ferramentas para a busca de uma felicidade que é relativa e pessoal, é a base da teoria mais válida sobre o bem comum.

Em um estado democrático (podendo esta expressão tender ao pleonasmo, já que estado seria a organização política e representação de uma maioria, logo democrático), não há a chamada felicidade “certa”, tal a imposta por governos totalitários, aqui o cidadão é condenado a ser livre, e usar do estado para a busca do que almeja como individuo. Governos totalitários buscam unilateralizar a felicidade, tal a teoria platônica de que só há uma verdade a ser tida como correta, não importando o método a que se recorra para que a alcance, daí o principal conflito: Individuo x Estado em um contexto em que o estado deveria ser um meio de acesso e não o agente conflitante da felicidade , aqui tão efêmera.

6 comentários:

  1. Belo texto. Ainda estou analisando, mas por hora ocorreu-me o seguinte. Será que buscar a felicidade em um estado totalitário é totalmente diferente de almejar felicidade em um estado democrático?

    Refiro-me ao modelo de felicidade incentivado pela mídia como sendo o único. Carros sempre novos, bens pessoais em demasia, vestuário, um corpo escultural ou como as de modelos internacionais, o vício da gula para satisfazer a vontade excessiva de comer.

    Creio que se prestarmos atenção, vamos perceber um modelo de ego incentivado pela mídia. Claro que em um estado democrático há maior liberdade em comparação a um estado totalitário. O indivíduo pode escolher outras maneiras de viver e buscar ser feliz.

    Mas será fácil optar por um tipo diferente de felicidade?

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  2. muito bem pensado rodrigo!
    olhe.. eu procuro ver assim:
    a industria de massa instrui a populacao que cria seus conceitos, mas ainda ha a sensacao mesmo que falsa de que possamos escolher qual a nossa felicidade, mesmo que seja ter um carro um corpao e dinheiro.

    no totalitarismo a midia internacional bombardeia as pessoas para que elas tenham direito de escolha, uma vez que nessa forma de governo suas escolham ja sao pre-selecionadas SEM mascarar!

    mas se pensar bem.. seu raciocinio e mais do que logico.

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  3. Ser feliz não depende de sistema político..talvez estar feliz dependa um pouco..por ora é só...rs

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  4. nelson:

    nao. diga-me a funcao do estado e a razao de haver direitos sociais?
    assegurar o minimo de conforto para que cada um BUSQUE a felicidade propria.

    sim, depende do sistema politico, mesmo que indiretamente.. depende.

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  5. Identifico-me muito com o último parágrafo, a importância da felicidade deveria estar na liberdade de escolher como ser feliz, e não ter de seguir procurando a graça nas coisas com cabresto. Quanto ao comentário do Rodrigo eu diria que por pior que seja essa PSEUDO-FORMA-DE-SER-FELIZ oferecida pelas "Importâncias” (mídia, governo, etc.) Ela ainda seleciona os seus, sem ela eu não estaria aqui, simplesmente pelo ato de discordar eu sou expelido da felicidade padrão.
    A meu ver a felicidade não vem absolutamente das coisas ao nosso redor, mas de nossos olhos, embora voltando a concordar com a Postagem, as coisas ao nosso redor contribuam para isso.

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  6. Este comentário foi removido pelo autor.

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